Histórias: O Cemitério

Obs: Esse conto é baseado em fatos verdadeiros, nomes e lugares alterados por obviedade.
Reginaldo era o único coveiro de uma pequena cidade do interior de São Paulo, ele cuidava do cemitério “Paz Eterna”, mas esse não era o único cemitério da cidade, havia outro um pouco distante que Reginaldo evitava, pois seu falecido pai lhe contou certa vez das coisas horripilantes que aconteciam naquele cemitério á noite. Não era sempre, mas Reginaldo às vezes tinha que dormi no cemitério, pra guardar alguma cova nova ou pra preservar o local, o cemitério “Paz Eterna” era um lugar tranquilo e sossegado com diversas arvores e plantas, e seu Reginaldo que era solitário se sentia em paz junto com sua lanterna e seu radinho de pilha.

Reginaldo estava capinando perto de uma lápide quando lhe foi informado que deveria passar algumas semanas no cemitério que ele evitava, “Lar do Descanso”. Muito contrariado Reginaldo teve que aceitar a ordem, mas antes de partir pro cemitério ele vai à igreja rezar e pedir proteção.

As noites no cemitério foram mais tranquilas que Reginaldo esperava, nenhum ocorrido misterioso e nenhum barulho estranho, na ultima noite Reginaldo estava despreocupado e achando que seu pai havia exagerado nos fatos, mas alguma coisa estava estranha naquela última noite de Reginaldo no cemitério.

O cemitério estava num breu diferente naquela noite, o vento soprava suavemente entre as lápides, o mato balançava numa dança um tanto sinistra, em um determinado momento o silêncio pairou no local, os minutos se transformaram em horas, horas pareciam intermináveis, um calafrio subiu pela espinha de Reginaldo, ele sentiu que alguma coisa estava pra acontecer, então desliga o seu radinho de pilha, acende a sua lanterna e fica em alerta.

Um grunhido de animal ecoa pelo cemitério fazendo Reginaldo gelar, ele tropeça em uma pedra e no chão vê um vulto passar entre as lápides junto com risadas de criança, Reginaldo se levanta e rapidamente pega a sua lanterna apontando na direção da escuridão procurando alguma coisa, mas nada aconteceu o grunhido havia silenciado, o vulto sumido junto com as risadas de criança. Reginaldo anda pelo cemitério procurando algum invasor, ele tremia da cabeça aos pés, pois uma das estórias de seu pai era sobre a alma de uma criança amaldiçoada que assombrava o cemitério.

                   
Reginaldo avista de longe uma criança vestida de branco com a cabeça baixa, ele a chama, mas ela não responde, ela só se balançava de um lado pra outro como se estivesse dançando, Reginaldo podia jurar que estava escutando a música que ela estava dançando. Reginaldo se aproxima com a lanterna apontada pra ela que ainda estava de cabeça baixa, ele agacha pra ficar na altura dela, põe a mão no queixo dela levantando a sua cabeça, Reginaldo salta pra trás ao ver a face da menina, seu rosto era todo deformado com a aparência de um porco, ela solta um grunhido altíssimo e parte pra cima de Reginaldo que caí no chão, a criança se transforma em fumaça desaparecendo no ar.
Reginaldo ainda atordoado caminha pelo cemitério tentando sair, mas por incrível que pareça ele estava perdido, depois de caminhar alguns minutos ele encontra uma árvore enorme que ele nunca tinha visto no cemitério, ela era sinistra e tinha uma pequena névoa que cobria todo o chão, aquele local não parecia ser no cemitério, mas sim outra dimensão ou o além, Reginaldo caminha até a árvore e encontra uma ossada junto com uma carta, quando ia abrir a carta ele desmaia.
Na carta havia a localização dos ossos de uma menina que havia desaparecido, ela foi morta por uma seita satânica e enterrada no cemitério escondida junto com ossos de porco.